English version here: http://ofbonsai.org/techniques/pruning-trimming-and-pinching/ramification-techniques
Matéria traduzida e publicada com autorização do autor Sergio Martinez, o texto original pode ser acessado através do link abaixo:
http://cartagenabonsai.blogspot.com.es/2013/10/tecnicas-para-ramificar.html
Quero dedicar essa postagem especial sobre ramificação. Garanto-lhe
que um livro inteiro poderia ser escrito sobre isso e nada que eu
escrevo neste artigo é irrefutável, pois teorias e
técnicas existem quase tantas quantos "mestres". Não me atrevo a defender qual é a melhor técnica porque não é
minha intenção, vou mostrar-lhe alguns conceitos fundamentais para que você possa escolher qual técnica usar com cada projeto que começar.Quero
reproduzir aqui algumas palavras de J. Yoshio Naka sobre a ramificação:
"Se as raízes são o alicerce e o tronco é o corpo da construção, os galhos ou ramos
formam a silhueta ou a forma da árvore". O arranjo de ramos ou EDA-BURI , determina a beleza e a qualidade de um bonsai .... os ramos são como a roupa de um homem ". A poda, a aramação, a pinçagem e a desfoliação são as ferramentas que usaremos para esse fim.
Monopodial e Simpodial
O que queremos dizer com esses termos? Esses tecnicismos botânicos nos ajudam com nossos bonsai? Claro, sim. Estes são termos que todos os bonsaístas devem ter em mente. Na botânica, existem dois tipos de ramificação de acordo com a natureza de cada espécie. Dependendo do domínio ápical, podemos falar de ramificação monopodial e ramificação simpodial.
Ramificação Simpodial:
Crescimento de gemas antigas. É um crescimento na horizontal. Os ramos laterais desenvolvem-se mais do que o eixo principal. Isso pode até parar o seu crescimento porque a gema apical está em repouso ou se transforma em gema de flores. As gemas axilares continuam a crescer. Na natureza é o crescimento típico da maioria das árvores e em especial nas de folhas caducas, exceto alguns álamos, por exemplo, crescimento vertical. A forma das copas é larga e arredondada.
Ramificação Monopodial:
É típico das coníferas. Seu crescimento é vertical, dando formas piramidais, triangulares ou cônicas. O eixo principal cresce mais intensamente do que os eixos laterais. Apresenta um eixo principal (ou monopodium) com crescimento indefinido.
Nos bonsais é um estilo de ramificação muito aplicado nas escolas japonesas tradicionais, tanto em coníferas como em não coníferas. Tem muitos adeptos e críticos.

Eu só quero que você pense e entenda estes dois conceitos básicos para poder fazer bonsai. Existem bonsaístas que todos os seus bonsais são trabalhados da mesma forma, enquanto outros sabem como escolher entre o tipo de ramificação (simpodial ou monopodial) que deve usar para criar seu trabalho, dependendo do projeto a seguir. O importante é que no bonsai não deve haver regras fixas. A beleza está na interpretação e no trabalho do artista, não na técnica seguida.
Paripinada ou Imparipinada?
Outro conceito botânico básico que devemos saber quando trabalhamos a ramificação nossas árvores é conhecer bem as espécies. É desnecessário dizer que a ramificação de uma amoreira é diferente de um Junípero. Não vamos entrar em detalhes por espécie, mas em conceitos universais. Ao trabalhar em uma árvore de folha larga (não conífera), é muito útil saber se a sua brotação é par ou ímpar, ou seja, se nos ramos suas gemas estão uma ao lado da outra ou alternadamente. Nos referimos em cada caso a brotação paripinada e imparipinada respectivamente.
Paripinada
Imparipinada
Seria interessante participar de um debate entre defensores da aramação e defensores da poda ao formar os ramos do nosso bonsai. Garanto-lhe que poderiam sair faíscas e outros objetos afiados. Algumas pessoas usam a aramação para formar todos os ramos ou quem usa apenas a poda. Dizem que o meio termo seria o ideal. Dependendo do design que fizermos teremos que optar por uma ou outra técnica. Às vezes, a simples ajuda dos tensores pode solucionar o posicionamento de um galho no lugar certo, sendo esta uma técnica menos agressiva do que a aramação. Geralmente, a aramação é usada para ramificações "monopodiais" enquanto que a poda para "simpodiais", obviamente com certas nuances.
Aramação ou poda?

Construir galhos e ramos a base de podas, pinçados e desfolha
Vamos ver alguns esquemas simples sobre como obter ramificação a base de tesouras. Somente com podas, pinçados e desfolha. É uma técnica bastante lenta, mas com passar dos anos e o bom trabalho, os resultados são realmente espetaculares e naturais.
As ferramentas necessárias para este trabalho serão as seguintes:

Tesoura de poda
Pinça de poda

Alicate de Corte
Exemplo 1: Brotação Paripinada

Brotação típica paripinada


Um broto novo nasce de cada gema. Nós
eliminamos o broto superior e as gemas que estão atrás desse broto e
deixamos crescer novamente até atingir o calibre desejado.

É podada novamente após o segundo par de folhas.


Pinçamos ambos os galhos e desfolhamos o restante das folhas que estão na parte de trás. Neste esquema simplificamos ao máximo. O normal é que outros brotos mal posicionados aparecem durante o processo.

Devemos eliminá-los
à medida que aparecem até ter essa estrutura.

Exemplo 2: Brotação Imparipinada


Devemos podar deixando o broto que se direciona para baixo.

Caso contrário, deixaremos um broto muito vertical.
A continuación se repite el proceso explicado anteriormente combinando los trabajos de crecimiento, poda, selección y defoliado.


O resultado final será parecido com essa ilustração.
Exemplo 3: Uma planta decídua Simpodial
Imagine um material de partida de formato arbustivo que tenha crescido livremente com uma ligeira seleção de galhos
Após o primeiro ano de cultivo, eliminaremos os galhos mal posicionados e colocamos com arame na posição desejada apenas os galhos que precisamos deles. A partir daqui, trabalharemos apenas com a poda. Neste exemplo, não abusaremos do trabalho de aramação buscando um resultado "natural".
Segundo ano de cultivo. A estrutura é mantida à base de poda e pinçagem foi sem a necessidade de aramação. Agora se inicia o trabalho de ramificação fina.
Os resultados levarão demoram para aparecer, mas valerá a pena o trabalho realizado. Teremos uma árvore decídua com um aspecto muito natural sem fortes triangulações.
Exemplo 4: Uma Oliveira monopodial
O material de partida é uma Oliveira de viveiro muito simples. Pelo comprimento do tronco e a localização do sua copa é um claro candidato para um estilo "Bunjin".
Neste tipo de estilo se encaixa bem uma boa aramação e posicionamento dos ramos definindo bem os patamares e triangulando. Será uma Oliveira com ramificação monopodial.
Seleção de galhos e ramos e deixá-los crescer para aumentar o vigor e a densidade.
Como vemos existem muitas opções e técnicas que podemos escolher ao formar a copa das nossas árvores. O mais importante é a perseverança, saber o que fazer e realizar o trabalho na época certa e quando a saúde de nossa planta permitir.
Não perca de vista um conceito tão básico como a localização do bonsai. Rotacioná-lo todas as semanas para que ele receba o sol de todos os lados é algo básico para uma boa ramificação. Infelizmente, é algo que os bonsaistas geralmente não seguem como deveriam. É um grande erro querer ter sempre o nosso bonsai com a "frente" voltada para nós. Não se esqueça disso
Era o que faltava pra mim , muito bom
ResponderExcluirÉ muito bom poder contribuir de alguma forma para o crescimento da arte!! Abraço
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirExplicação simples e eficaz!
Obrigado por nos repassar essa informação!
Obrigado por acompanhar as matérias Tiago ! Abraço!
ResponderExcluirObrigado por partilhar conosco.
ResponderExcluirExcelente material
O mérito não é meu e sim do autor que gentilmente me permitiu traduzir e compartilhar o material!! Obrigado por acompanhar as matérias!
ExcluirAbraços
Excelente artigo! O melhor site que conheço para estudo da arte do Bonsai!
ResponderExcluirParabéns!!