Kings Bonsai

Guia de Cuidados Pinheiro Negro


Estilo Bunjin


2013-03-22 17.07.03  


Texto traduzido e publicado com autorização do autor Eric Schrader, a postagem original pode ser acessada através dos links abaixo:

http://www.bssf.org/author/eric-schrader/ 

Postado por Eric Schrader em 29 de dezembro de 2005 em Artigos e histórias
22/03/2013


Notas de John Y. Naka
(impresso originalmente em Golden Statements, março / abril de 1993)


Introdução ao estilo Bujin


Um estilo de bonsai comumente chamado de estilo bunjin na América ou simplesmente bunjin. No entanto, deve-se saber o significado e a compreensão de bunjin. Bunjin significa homem literário, homem de letras ou literato. Oposto de bunjin está bujin, que significa soldado ou militar, ou nos velhos tempos no Japão, significaria um Samurai ou Bushi. Personagens opostos são bunmin, que significa civil comum, e soujin que significa sacerdote. Se não forem pronunciados como no Japão, elas soam quase iguais. Surpreendentemente, todos esses - bunjin, bujin, bunmin e soujin são termos relacionados ao bonsai. No entanto, bunjin descreve o mais notável, elegante, refinado, simples e artístico, um conceito pessoal entre autor, poeta, poetisa, artista e calígrafo. Assim, o nome bunjin para bonsai é chamado de bunjin-bonsai ou bunjin-gi (bunjin-ki), gi ou ki significa árvore.


Conceito de estilo Bunjin


É muito difícil explicar o que é o conceito de estilo bunjin (bunjin-gi ou bunjin-bonsai). Sem dúvida, ele é único e um tipo especial de bonsai. Diz-se que é quase outro tipo de assunto individual, como Saikei, Bonsai, Bankei, Suiseki e Sansou ou Yasou ou Sanyasou (flores silvestres). Cerca de 150 anos atrás no Japão, havia clubes chamados "Kei Bonsai Kai", que significa leve, mas não o oposto de pesado, significa não muito sério, fácil de lidar, não muito sofisticado ou casual. Assim, é um Bunjin Bonsai Club.


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Características do estilo Bunjin
1. Tem formato ou forma, mas não há um padrão definido
2. Não tem padrão, é irregular e parece desfigurado.
3. No padrão japonês, eles são capazes de apenas beber e desfrutar de um chá casualmente apenas com o quimono Yakuta. Não usar talheres e guardanapos de linho de maneira mais sofisticada.
4. É como um alimento que não tem sabor no início, mas quanto mais você mastiga, mais sabor sai. Quando você olha pela primeira vez para o estilo bunjin, não há nada de empolgante nele, é tão pequeno e solitário. Mas quanto mais você observa, mais a qualidade da árvore e os traços naturais se revelam. Você sentirá algo dentro de sua mente e não apenas através dos olhos.
5. Parece que o bonsai está lutando por sua sobrevivência ou uma forma de agonia. A árvore em si não deveria estar nesta condição, na realidade deveria estar sã. A forma ou formato pode indicar luta, mas não saúde. Parece um método muito cruel, mas é apenas um conceito. Sua aparência não deve ser muito séria, nem fácil, deve ser livre, sem restrições, espirituoso, inteligente, bem-humorado e não convencional. Um bom exemplo disso é o estudo de qualquer árvore da natureza que sobreviveu a algum tipo de problema ou desastre.
6. Para evitar a inutilidade, a forma ou formato final é uma técnica muito importante.
7. Deve retratar uma pintura abstrata simples, Senryu, Haiku, poema, música e canção.
8. A forma ou formato vem do vento, do clima, não muito áspera, mas mais graciosa.
9. É um sonho, um abstrato. É um estilo de bonsai extremamente avançado e significativo.

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Técnicas e métodos de estilo Bunjin

1.Remova a parte inútil e o excesso de ramos drasticamente. Deixe a menor quantidade e indique ou exagere sua beleza natural e traço característico.
2. Não importa quão casuais sejam os métodos, a árvore ainda deve estar bem conformada
3.Bunjin é a arte do espaço. O espaço significativo deve oferecer uma imaginação tremenda.
4. Não é muito específico na forma e no formato, mas não é uma liberdade confusa (desleixo).
5. A árvore deve ser envelhecida para expressar a grandeza do estilo bunjin.
6. Nada muito específico sobre nebari, afunilamento do tronco, tamanho do tronco e proporção de altura, disposição dos ou disponibilidade de ápice como outros estilos de bonsai. No entanto, deve ser um assunto impressionante.
7. Deve ser controlado aparando e podando seus galhos e ramos. Também controlar a quantidade de adubos e regas para que seu tronco não perca sua graça e delicadeza. Não deve ter uma aparência poderosa e forte.
8.Material para o estilo bunjin pode ser iniciado a partir de um velho tipo de bonsai, o "não sei o que fazer".
9.É útil saber Kanji (caracteres chineses ou japoneses) para criar este estilo.


História do Estilo Bunin
No final do período do shogun Tokugawa (1868) e no início da era Meiji (1869) o estilo bunjin foi iniciado por artistas bunjin japoneses conhecidos como Sanyo, Chikuden, Taigi e Chokunya, que admiravam e estudavam seriamente Nansoga (Nanga), também conhecido como Pintura com Canção do Sul (Cantada) ou Pintura Folclórica do Sul da China. Eventualmente, influenciou os horticultores que começaram a projetar árvores no estilo de pintura Nansoga (Nanga). Essa foi a origem do estilo Bunjin. A arte do bonsai japonês também foi aprimorada para a atual cultura do bonsai japonês, a partir do tipo de bonsai Bonkei - Hakoniwa original que foi trazido para o Japão por sacerdotes há milhares de anos. O estilo bunjin sugeriu e liderou o caminho para o bonsai japonês contemporâneo como a beleza natural do bonsai (Shizerbi Bonsai). Eles não apenas admiravam as plantas em sua forma natural, mas também as transformaram em uma arte viva.
Inicialmente, Nansoga ou Nanga (1127-1279) foi estudado no famoso livro de pintura de Kaishien-Gaden (ou Keshi-Gaden). A maioria das composições de bonsai (forma ou estilo) e palavras foram baseadas neste livro de arte, como Chokkan, Kengai, Zogi, Sokan, Sankan e etc.

Conselhos para manter o seu primeiro bonsai vivo por muitos anos

Texto traduzido e publicado com autorização do autor Francisco Fournies, infelizmente a postagem original em espanhol no site Ruta Bonsai Não pode mais ser acessada porque o site deixou de existir.

O bonsai é uma das plantas cultivadas que requer maior cuidado para seu desenvolvimento e crescimento adequados. Embora os cuidados sejam constantes, eles não são difíceis e com apenas alguns minutos por dia, você terá um bonsai que poderá deixar para os netos. Neste artigo, ajudaremos você com alguns conselhos sobre seus cuidados.

Eu imagino que você já começou a cultivar um bonsai ou está pensando nisso, e você é um daqueles que temem que seu bonsai morra. Felizmente, manter um bonsai vivo não é tão complexo quanto parece, aqui vão alguns conselhos para o cuidado de um bonsai. São o básico para manter ele vivo, para um perfeito desenvolvimento e conseguir extrair todo o seu potencial é preciso se informar, estudar e praticar muito, mas é tudo uma questão de maturação que vai sendo adquirido conforme vamos nos aprofundando e gostando cada vez mais dos nossos queridos bonsais. São eles:

• O bonsai é uma planta comum como qualquer outra, mas por estar confinado em um vaso pequeno exige cuidados mais constantes, o mesmo cuidado das plantas do seu jardim, irrigação, fertilizantes e poda, mas com mais frequência. Portanto, você não pode comprar o seu bonsai e deixá-lo jogado por dias sem sequer olhar para ele, reserve um tempo, mesmo que seja 1 minuto por dia, para se aproximar dele e ver como ele está.

• O bonsai é quase que exclusivamente uma planta de exterior, não há bonsai interno,assim como na natureza não há plantas de cavernas, mas se houver condições internas que permitam a sua sobrevivência, você deverá localizá-lo em áreas com luz e longe de fontes de calor, como um peitoril da janela. Fatores como luz podem ser conseguidos com aparatos moderadamente simples, mas que requerem um pouco de pesquisa para montar da forma correta.

• O solo do bonsai nunca deve estar seco, para a rega você deve levar em conta que o bonsai tem muito pouco espaço para reter água, apenas o pequeno substrato do vaso, portanto, requer rega constante e no verão com altas temperaturas deve ser diário, às vezes até 2 ou 3 vezes por dia dependendo das condições do ambiente onde se encontra.

• Como um indicador de irrigação, você deve verificar que o primeiro cm de substrato está seco, é nesse momento que você deve irrigar. Essa frequência de rega varia de uma estação do ano para outra, portanto, você deve estar acompanhando as necessidades do seu bonsai até entender bem com que frequência regar de acordo com as condições da sua casa.

• Para molhar, você deve molhar generosamente, a água deve sair dos orifícios do vaso e escorrer, você nunca deve deixar uma bandeja com água embaixo do bonsai.

• Ao começar a cultivar um bonsai é melhor usar fertilizantes sólidos de liberação lenta, para que você não tenha problemas com as doses e seu bonsai permanecerá nutrido e saudável.

• Se a espécie do seu bonsai não cai as folhas no outono ele é espécie sempre verde e é aconselhável protegê-lo do frio extremo, não levando ele para dentro de casa, mas em um local coberto no exterior, com entrada de luz.

• Não deixe seu bonsai crescer sem controle: é importante que durante a primavera, após a brotação você possa podá-lo, sem deixá-lo crescer sem controle, pois além de perder sua forma, isso afetará seu desenvolvimento.

• Transplante: você deve transplantar o seu bonsai a cada 2 ou 3 anos, não deixe passar; se você não tiver confiança de fazer isso sozinho, deve levá-lo a um bonsaista mais experiente. Deixar de lado esse trabalho sem dúvida terminará a vida do seu bonsai após decorridos mais alguns anos.

Aprender a cuidar de um bonsai é um processo longo, mas cheio de alegrias. No início, você se encherá de dúvidas, mas se seguir os conselhos mencionados neste artigo, garanto que o bonsai que você possui hoje possa ser repassado aos seus netos, e quem sabe se eles também repassem aos deles.



DESAFIOS NO BONSAI

Bonsai Challenges 
Texto traduzido e publicado com autorização do autor Eric Schrader, a postagem original pode ser acessada através do link abaixo:
http://www.bssf.org/articles-and-stories/bonsai-challenges/ 

Existe uma atitude errônea que prevalecente em muitas organizações de bonsai, de que a melhor maneira de se fazer as coisas é fazê-las por conta própria. Este artigo é sobre permitir que as pessoas sejam artistas de bonsai, incentivando a auto-análise.
Os clubes de bonsai são compostos de pessoas de várias idades e grupos sociais, diferentes visões políticas e diferentes habilidades. O tema comum a todos é que o interesse no bonsai os leva a se unirem para socializar, aprender, compartilhar e melhorar as plantas que possuem.
Primeiro, vamos reconhecer que todos abordam o bonsai de acordo com a sua própria perspectiva, com suas próprias restrições e com seus próprios objetivos. Enquanto o meu objetivo é propagar cem mil sementes e mudas em um viveiro onde as pessoas possam comprar material de alta qualidade, outras podem se satisfazer simplesmente com um par ou uma dúzia de árvores refinadas e bonitas. Afinal, o bonsai pode ser um esforço intensivo e quando se possui mais de algumas centenas começa a parecer um emprego.
Segundo, enquanto reflete sobre o seu objetivo como bonsaista, você pode perguntar quais são os principais desafios do bonsai e quais são as habilidades necessárias para superá-los. Fazer isso eliminaria vários anos de erros potenciais e permitiria que você se concentrasse em suas próprias forças, ao mesmo tempo em que confia nas forças das pessoas ao seu redor para preencher os vazios de informações. Sendo sincero, no mundo do bonsai, quase todo mundo possui alguma deficiência que dificulta a realização de uma tarefa específica.
No bonsai, existem três desafios principais: aspectos práticos, horticultura e estética. Vamos analisar a seguir cada um desses desafios e elaborar um plano para o desenvolvimento das habilidades necessárias ou para encontrar uma maneira alternativa de superar os obstáculos.

Quais são os desafios práticos do bonsai?

Primeiro, se você deseja um bonsai de qualidade, onde você vai conseguir isso? Se você perguntar a dez pessoas, elas poderão lhe dar dez respostas diferentes.
Segundo, você deseja melhorar o seu bonsai recém-adquirido, então é necessário replantá-lo e realizar alguma aramação para ajustar a ramificação. Onde você consegue o substrato? Onde você consegue o arame? Depois de obter o arame, como aplicar de forma eficiente e eficaz na planta? Os desafios práticos exigem que o bonsaista adicione tarefas ao seu dia e programe o tempo para concluí-las. Se você não é bom em organização e de se lembrar de realizar tarefas ou mesmo de realizar trabalhos manuais, você pode achar que os aspectos práticos do bonsai são particularmente difíceis.
Perceber que os aspectos práticos são seu próprio desafio pessoal permite que você confie nos outros para ajudá-los nessas tarefas. Se você precisar de substrato, compre a mistura pronta de um fornecedor especializado ou priorize o próximo  encontro para preparar a sua mistura de substrato. Se precisar de aramar, peça ajuda para algumas pessoas do grupo, faça um curso ou participe de um encontro em que seja possível acompanhar e praticar essa técnica.

Quais são os desafios horticulturais no bonsai?

Não se engane, se você não consegue que uma planta cresça e se desenvolva, então você não pode fazer um bonsai. Nenhuma habilidade na aramação, replantio, rega ou adubação produzirá um bonsai se a planta, que é seu foco, não estiver crescendo saudável.
Perceber que a horticultura é um desafio para você, permitirá que você procure a ajuda de outras pessoas. Suas plantas estão constantemente sem vigor? Você perde regularmente uma planta por algum motivo desconhecido? A análise de problemas horticulturais pode parecer complicado, mas geralmente se resume a analisar ativamente os inúmeros fatores que afetam o metabolismo das plantas e alterar os fatores que estão potencialmente causando algum problema. As folhas dos seus Acer estão secando? Talvez vente muito ou a temperatura é muito elevada na sua região para cultivar esse tipo de planta. As pontas do seu junípero estão ficando marrons? Talvez você esteja pinçando demais ou o substrato esteja permanecendo encharcado entre uma rega e outra. A chave para superar problemas de horticultura é a experimentação. Uma das perguntas mais frequentes é sobre que tipo de fertilizante usar, a melhor resposta para essa pergunta: o melhor fertilizante a ser usado depende das condições e hábitos locais da pessoa que o utiliza. Algumas experiências fornecerão a vivencia prática que melhorarão suas habilidades e o seu bonsai.
Com relação aos desafios horticulturais, há um grande benefício em ter várias plantas da mesma espécie. Comparar como duas ou dez árvores da mesma espécie estão crescendo permitirá diminuir a causa dos problemas.

Quais são os desafios estéticos no bonsai?

Dos três aspectos, a estética pode ser a mais difícil de ensinar e a mais difícil de explicar. Os desafios estéticos estão presentes em todos os níveis de cultivo dos bonsais, desde a planta mais básica até uma verdadeira obra-prima. O desafio é fazer com que uma planta pareça a melhor possível a qualquer momento, enquanto se planeja o crescimento futuro de uma maneira que melhore ainda mais. Para aprender estética, você precisará pelo menos observar e comparar fotos de boas árvores e, à medida que avança, também analisar os esforços de outros artistas de sucesso para ver quais técnicas eles usam. Se você pode dominar as partes práticas do bonsai, como a aramação, provavelmente também pode dominar a estética.
Se você estiver interessado em dominar a estética do bonsai, tente praticar das seguintes maneiras:
  1. Estude todas as fotos de todos os bonsais que você puder encontrar;
  2. Depois faça caminhadas (cuidadosamente selecionadas) procurando por árvores bonitas e analise a estrutura, o equilíbrio e os detalhes dessas árvores para determinar o que as torna bonitas para você;
  3. Tire fotos em suas caminhadas e estude as árvores no seu tempo livre;
  4. Pegue esse conhecimento e aplique-o a uma árvore em miniatura, enquanto percebe que a escala de uma árvore altera os caminhos práticos para obter o mesmo resultado.
Com toda essa auto-análise, esperamos que você tenha alguma perspectiva de como realizar melhor seu objetivo de ser um cultivador de bonsai bem-sucedido. Caso contrário, peça ajuda a alguém com as partes que considera mais desafiadoras e, em seguida, ofereça ajuda com as partes que achar mais fáceis. A força de uma arte viva como o bonsai vem das pessoas que compartilham seus conhecimentos e habilidades.
A maior recompensa por meus esforços em ensinar e promover o conhecimento é ver uma pessoa realmente interessada em aprender, melhorar e criar seguir em frente e tornar-se também um incentivador da arte. Para cada dúzia de pessoas que desenvolvem um interesse passageiro, uma única pessoa passa a fase de curiosidade e vive a satisfação com experiências intermináveis ​​que a recompensam exibindo uma pequena parte de seus esforços em uma exposição ou mesa de um encontro.

Bora fazer bonsai?!

SERISSA FUSÃO DE BROTOS CHUPÕES - ATUALIZAÇÃO


Após a fusão do tronco e o modelamento dos galhos com o restante dos galhos chupões, eu replantei a Serissa em um vaso de bonsai no início de setembro. Eu plantei em um vaso maior do que eu pretendo manter no futuro porque seria uma redução muito grande pra fazer de uma única vez, seria necessário reduzir algo em torno de 70%. Embora as Serissas em geral sejam muito resistentes a poda de raízes, como pra mim já é um bonsai praticamente terminado resolvi que era um risco desnecessário, além do que embora todo o trabalho de formação de tronco e galhos já esteja definido eu ainda quero que ela tenha bastante vigor para a conclusão das ramificações finas nos galhos.
Acredito que dentro de mais um ano a ramificação já vai estar compactada, aí vai entrar uma nova fase de manutenção da estrutura com redução de galhos, em outros aumento de um ou outro galho, reposicionamento para entrada de luz, retirada de uma ou outra rama para entrada de luz no interior da estrutura, mas nenhuma intervenção maior é realmente necessária. Os arames serão retirados à medida que começarem a marcar os galhos.
No futuro o vaso definitivo deverá ser mais ou menos a metade do vaso atual, pretendo que seja um vaso colorido para contrastar com a cor branca das flores que deverão aumentar bastante a medida que a planta aumente também a sua ramificação. Pode ser que eu plante em uma laje também ou um vaso orgânico em formato de placa de pedra, creio que ficaria até mais natural, mas ainda não decidi realmente. Eu não gosto dessa história de definir um projeto para cada planta e seguir em frente para não se perder como a maioria dos bonsaistas gosta e aconselham fazer. Prefiro ir formando a planta com o decorrer do tempo, deixando sempre mais galhos e crescimento do que vão ser utilizados no futuro, retiro os realmente desnecessários à medida que a planta vai se desenvolvendo com o decorrer dos anos e de acordo com o bonsai que vou visualizando e idealizando nesse período.
Abaixo mais algumas fotos da planta em outros ângulos e lados. Essa primeira foto antes do texto deve ser a frente escolhida.






A planta no dia em que comprei em Abril/16

 Outubro/19

Os detalhes da formação da estrutura podem ser verificados neste primeiro post através do link abaixo:

Abraço

A IMPORTÂNCIA DOS MICRONUTRIENTES

Texto traduzido e publicado com autorização do autor Francisco Fournies, infelizmente a postagem original em espanhol no site Ruta Bonsai Não pode mais ser acessada porque o site deixou de existir. 

No bonsai e na jardinagem, quando falamos em adubação, geralmente nos referimos ao Nitrogênio, Fósforo, Potássio, três elementos fundamentais para qualquer planta, mas muitas vezes permanecemos apenas com os 3, que são sem dúvida os mais importantes e esquecemos que eles não são os únicos nutrientes que o nosso bonsai precisa, existe outro grupo de nutrientes chamado micronutrientes, neste artigo, falaremos sobre eles e sua importância.

Quando os agricultores e os cientistas perceberam que as plantas precisavam ser alimentadas com nutrientes para melhorar as plantações, que elas não apenas viviam de água e ar, classificaram esses nutrientes em duas categorias, aqueles que eram necessárias em grandes quantidades, denominadas Macronutrientes, dentro desse grupo encontramos o nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), em seguida, a esta lista foram adicionados - Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S), embora esses três últimos sejam necessários em menor quantidade do que os três primeiros. Portanto, esse grupo de Macronutrientes é o mais importante para as plantas e sua aplicação tanto nas plantas como nos bonsais deve ser regular. Por sua vez, os cientistas perceberam que havia um grupo de nutrientes que as plantas necessitavam em menor quantidade e também eram comuns na maioria dos solos. Esse grupo foi denominado de Micronutrientes e aqui encontramos: Ferro (Fe), Zinco (Zn), Manganês (Mn), Boro (B), Cobre (Cu), Molibdênio (Mo) e Cloro (Cl). Este último grupo é menos conhecido, apesar do fato de que a falta de qualquer um desses nutrientes afeta severamente as plantas.

Este artigo é focado em micronutrientes,portanto falaremos um pouco sobre eles. Os Macronutrientes podem ser acessados pelos links que eu inseri no início do artigo.

Ferro (Fe)


O ferro é um micronutriente muito importante para a formação da clorofila (pigmento responsável pela fotossíntese), além de ter um papel ativo no transporte de oxigênio.

Os sintomas de deficiência de ferro nas plantas aparecem pela primeira vez nas folhas jovens, no topo da planta. Como o Fe (uma vez incorporado) não se transloca dentro da planta, é um nutriente com muito pouca mobilidade. Sua deficiência é expressa com o amarelamento das folhas.

Resultado de imagem para deficiencia de ferro nas plantas Deficiência de Ferro (Fe)

 

Zinco (Zn)


A principal função do zinco é a ativação enzimática, portanto, tem um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento da planta. Está envolvido em todos os processos metabólicos da planta.

O zinco também é um nutriente pouco móvel, portanto sua deficiência se manifesta nas folhas mais jovens, as brotações do ultimo período de crescimento. Sua deficiência é expressa com pequenos entrenós nos brotos, as folhas formam rosetas deformadas (algo como se fosse em alto relevo na superfície da folha) com folhas amareladas com pontas brancas.

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Deficiência de Zinco (Zn)

 

Boro (B)

O boro é o micronutriente que mais frequentemente aparece como uma limitação para as plantas e o mais comumente usado como adubo. É essencial para a germinação de grãos de pólen, o crescimento do tubo de pólen, para a formação de sementes e paredes celulares, e também é importante na formação de proteínas.

O boro quando absorvido e usado, é imobilizado para que não se mova dentro da planta, é um nutriente imóvel e, portanto, deve ser absorvido continuamente para atender às necessidades da planta.

Como o boro é um nutriente imóvil os sintomas de deficiência aparecem primeiro nos pontos de crescimento, como brotos, e são expressos como deformações nos brotos, raízes ocas e entrenós curtos.
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Deficiência de Boro (B)

Cobre (Cu)


O cobre é um ativador de várias enzimas e em alguns casos faz parte delas, ajuda a fixação do nitrogênio e o metabolismo das plantas.

Sua deficiência é expressa como clorose nas folhas ou folhas verdes azuladas.As folhas tem aspecto de murchamento e as sua extremidades ficam voltadas para baixo Caso a planta esteja em início de floração, elas são abortadas abruptamente.
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Deficiência de Cobre (Cu)

 

Manganês (Mn)


O manganês é um nutriente intimamente relacionado à fotossíntese, pois está ligado à fotólise da água e, portanto, à produção de oxigênio, e seu papel como transportador de elétrons na fotossíntese é muito importante. Também atua na metabolização de ácidos graxos.

A deficiência de manganês aparece na forma de amarelamento das folhas velhas, na área intervenal (entre os veios das folhas), e baixo crescimento radicular.
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Deficiência de Manganês (Mg)

 

Molibdênio (Mo)


É um nutriente necessário em quantidades muito pequenas, cerca de 1mg por ano, mas ainda assim sua função é vital, pois permite a formação de proteínas, moléculas fundamentais para o desenvolvimento de qualquer planta. Sua absorção e uso estão intimamente ligados ao fósforo e ao nitrogênio.

Sua deficiência é muito rara e se manifesta como clorose e enfraquecimento geral da planta, para de crescer.

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Deficiência de Molibdênio (Mo)

 

Cloro (Cl)


Não está muito claro quais são todas as funções do cloro na planta, o que se sabe é que atua no fechamento e na abertura dos estomatos, atua na fotólise da água e é um importante ativador enzimático.

Como você pode ver, cada um dos micronutrientes tem funções fundamentais para as plantas e em muitos casos, os sintomas de deficiência são muito semelhantes, por isso é muito difícil, se você não é um especialista, diferenciar entre os nutrientes qual produz determinado sintoma, portanto, o mais apropriado é considerar esses nutrientes dentro de nossa adubação anual. Agora está claro que nós, fãs de bonsai, não precisamos de grandes doses desses nutrientes ao ponto de comprar sacos de um ou de outro, felizmente existem infinitos adubos no mercado que contêm boas quantidades de micronutrientes. Geralmente, prefiro fertilizantes líquidos nesses casos, são mais fáceis de aplicar e podemos aplicá-los como fertilizante foliar; é conveniente aplicá-los no início e no meio da primavera, quando a planta está mais ativa e requer mais desses nutrientes.

5 SUPER DICAS PARA MANTER BONSAI DE AZALEIAS SAUDÁVEIS

FISIOLOGIA NO BONSAI - POTÁSSIO

Texto traduzido e publicado com autorização do autor Francisco Fournies, infelizmente a postagem original em espanhol no site Ruta Bonsai Não pode mais ser acessada porque o site deixou de existir:  

 

O Potássio e o Bonsai


No último artigo da nossa série sobre os 3 principais nutrientes utilizados pelas plantas, falaremos sobre potássio (K), descreveremos seus ciclos, como e quando aplicá-lo ao nosso bonsai.

O potássio (K) é um elemento que não faz parte de nenhuma molécula orgânica da planta, no entanto, é um nutriente essencial para as plantas e é requerido em grandes quantidades para seu crescimento e reprodução, se encontra no interior das plantas como um cátion K+. Em importância nutricional, é considerado como o segundo nutriente mais importante após o nitrogênio e é geralmente considerado como o "nutriente de qualidade", devido à sua influência na qualidade dos frutos. 

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O K é encontrado naturalmente no solo, especialmente em solos ricos em argilas, que podem conter até 3% de K. Em áreas de chuvas fortes, o K pode ser lavado (lixiviado) com facilidade. O Potássio também pode ser reciclado a partir dos restos de plantas em decomposição por microorganismos do solo. Alguns fertilizantes minerais, como cloreto de potássio (KCl-imagem acima) e sulfato de potássio e magnésio (K2SO4, 2MgSO4), são extraídos de depósitos de silvinita e silvita (cloreto de potássio) e langbeinita (sulfato de potássio e magnésio). Estes fertilizantes não são feitos por síntese química, simplesmente são limpos por meios físicos e condicionados para uso na agricultura.

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Na imagem acima, o ciclo do Potássio (K) no solo é esquematizado, pode-se observar que existem principalmente 2 fontes de K, fertilizantes e a decomposição dos restos de plantas por microorganismos, por esse nutriente relativamente escasso que devemos aplicar regularmente.



O K e a Planta


O Potássio desempenha papéis críticos no metabolismo das plantas. Na fotossíntese, o potássio regula a abertura e o fechamento dos estômatos e, portanto, regula a absorção de CO2, um processo fundamental para o crescimento das plantas. Por sua vez, o potássio desencadeia a ativação de enzimas e é essencial para a produção de adenosina trifosfato (ATP). O ATP é uma importante fonte de energia para muitos processos químicos que ocorrem nas células das plantas. O K também é um elemento muito importante para a síntese de proteínas e amido nas plantas. O potássio é essencial em quase todas as etapas da síntese protéica e também é muito importante na ativação de muitas enzimas. Na síntese de amido, a enzima responsável pelo processo é ativada pelo potássio. Como você pode ver, é realmente um nutriente vital para ter plantas e bonsais saudáveis.

O K no solo é geralmente localizado ao redor das moléculas de argila, a partir daí elas são absorvidas pelas raízes, que absorvem o K dissolvido na composição do solo. Uma vez que os cátions K+ são absorvidos pelas raízes da planta, eles se movem pelas células da raiz até chegar ao Xilema, onde é transportado para o resto da planta, principalmente para as folhas.

Como mencionado acima, K é essencial para os processos de abertura e fechamento dos estômatos, por isso desempenha um papel importante na regulação da água nas plantas (osmo-regulação). Tanto a absorção de água pelas raízes das plantas como a sua perda através dos estômatos são afetadas pelo potássio. O potássio também melhora a tolerância da planta ao estresse hídrico, algo que devemos considerar no bonsai devido à sua dependência da irrigação majoritariamente humana.

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  O K e o Bonsai

Como o Potássio é um dos 3 elementos mais exigidos pelas plantas a sua aplicação constante é essencial para alcançar um bom desenvolvimento no nosso bonsai. Embora uma das funções onde o K se destaque mais seja no processo de frutificação, melhorando a qualidade organoléptica (o sabor da fruta) e o tamanho da fruta, no bonsai nem sempre procuramos essas características, mas ainda assim devemos fertilizar com K de maneira regular, independente se o nosso bonsai dá frutos ou não, uma vez que, como vimos anteriormente, é essencial para muitos processos dentro da planta.

O K deve ser aplicado durante toda a estação de crescimento até o final do outono, mas devemos aumentar sua dose durante o período de floração e frutificação do nosso bonsai. O potássio é o terceiro número que aparece nos rótulos dos fertilizantes onde estão as siglas de nutrientes contidos no adubo, normalmente aparecem 3 números consecutivos, por ex: 4-5-7 (significa que tem 4% de N, 5% de P e 7% de K). Geralmente é aplicado K em maior quantidade durante a primavera por ser também, na maioria dos casos, o período de floração e frutificação, depois diminuímos as doses (sem atingir 0) durante os meses de verão e, novamente, aplicamos uma dose maior até a chegada do inverno quando não é mais necessário adubar porque a planta entra em dormência.

Espero que este artigo tenha ajudado você a entender um pouco mais por que o Potássio (K) é tão importante para as plantas e quando devemos aplicá-lo.

 *OBS: Toda e qualquer adubação deve ser feita em plantas e bonsais saudáveis. Nunca se deve adubar plantas doentes ou recém transplantadas.

Confira também:
https://reisbonsai.blogspot.com/2019/08/fisiologia-no-bonsai-nitrogenio.html 
https://reisbonsai.blogspot.com/2019/09/fisiologia-no-bonsai-fosforo.html 

Antes de pensar em adubação veja se o seu  local, condições de cultivo e os tipo de plantas podem lhe proporcionar momentos de satisfação:
https://reisbonsai.blogspot.com/2017/05/como-identificar-o-ambiente-apropriado.html 

https://reisbonsai.blogspot.com/2017/07/como-identificar-um-bom-material-para.html 

Informações mais detalhadas relacionadas a adubação podem ser acessadas através dos links abaixo:
https://reisbonsai.blogspot.com/2017/08/como-adubar-um-bonsai.html
https://reisbonsai.blogspot.com/2018/01/como-alimentar-o-seu-bonsai.html