Kings Bonsai

SCHEFFLERA - EVOLUÇÃO




Este post é de uma schefflera resgatada de um terreno aqui perto de casa. A planta foi jogada fora e era uma moita com uma largura praticamente 2/3 maior do que é atualmente,  Essa é uma espécie pouco apreciada como bonsai, mas como a planta estava jogada fora e tinha algumas raízes aéreas que achei interessante resolvi investir no seu cultivo. Vai ser um post com mais fotos do que propriamente texto.

O resgate ocorreu em Abril/13 e a planta foi colocada direto em um vaso de bonsai porque eu não tinha interesse que ela crescesse mais e por ser uma espécie extremamente resistente. Não corria nenhum risco para que fosse necessário colocar em um vaso maior para a recuperação.
Abril/13 - Pouco tempo depois de resgatada.

O vaso retangular foi quebrado por acidente em jan/14 e tive que fazer o transplante para um vaso improvisado que mantive até 2017.
Jan/14
Não me agradava a raiz em forma de arco no lado direito, por isso acabei cortando o tronco logo abaixo dela. Todo o crescimento foi sempre reduzido, à medida que os brotos se alongavam eram sempre reduzidos ao primeiro par de folhas.
Cobri também uma boa parte das raízes de modo a aumentar a umidade para estimular o aparecimento de raízes aéreas.
Frente - Abril/15


 Traseira - Abril/15



Utilizei canudos de refrigerante com um pouco de substrato dentro para acelerar o crescimento das raízes e também para poder direcionar elas para o local desejado.
Primeiras raízes aéreas após o salvamento - Set/15

O processo foi repetido por mais de uma dezena de vezes até este ano. Vou explicar o processo detalhado para conseguir raízes aéreas em outro post.


14/08/17 - antes da troca de vaso.


Quantidade de raízes após a retirada do vaso e da terra


Tronco reto a ser retirado


Tronco reto eliminado, as raízes aéreas devem suprir de nutrientes a parte de cima da planta. O excesso será eliminado posteriormente


Raiz grossa cruzando na diagonal a ser eliminada também


Raiz eliminada


Parte do tronco e raízes eliminada de modo a se conseguir plantar no novo vaso


Mesmo local após a retirada do excesso com alicate de corte.


O tronco rachou parcialmente ao se forçar o encaixe no vaso, amarrarei com arame até que haja a cicatrização

Como o vaso é orgânico e possui como se fossem 2 patamares a planta foi posicionada inclinada para a esquerda no vaso para dar a impressão que sofreu algum tipo de deslocamento do solo e que esse deslocamento foi o responsável pela inclinação da planta.

Frente - após plantada no novo vaso

  
Traseira após a poda de alguns galhos


Detalhe das raízes e um tipo de gramínea que coloquei para impedir que a terra saia do vaso no momento da rega, com o tempo deverá cobrir a superfície quase toda. 

Abril/13
Frente - Resultado final após a poda

Por enquanto é só, agora é aguardar que a planta se recupere, fazer o acerto dos locais podados, manter o regime de crescimento e podas para formar a copa e as ramificações. Para algo encontrado na rua eu estou ficando satisfeito com o resultado.












COMO ADUBAR UM BONSAI







Parte 4 de uma série de 11 posts com dicas para iniciantes, acesse as postagens anteriores para conferir todas as dicas.

Texto traduzido e publicado com autorização do autor, a postagem original pode ser acessada através do link abaixo:

https://bonsaitonight.com/2016/12/13/how-to-fertilize-bonsai/ 

*texto em azul - considerações de minha autoria que achei importante para enriquecimento do assunto.

Antes de entrar no tema de adubação para bonsais, vamos falar de um ponto importante.

Plantas para Bonsai podem ser agrupadas em duas categorias - Plantas em desenvolvimento e plantas em refinamento. 

Uma planta está em desenvolvimento quando: 
  • O tronco ainda não atingiu o tamanho e/ou espessura desejada:
  • Os galhos primários e secundários ainda não atingiram o tamanho e/ou espessura desejada:
Plantas em desenvolvimento podem ou não parecer bonsais, depende do nível de desenvolvimento em que se encontram.
Planta em desenvolvimento

Uma planta está em refinamento quando:
  • O tronco e os ramos principais estão definidos;
  • A planta já parece um bonsai;
Planta em refinamento

Há muito que falar sobre essas etapas, mas por enquanto vou fazer uma única distinção entre elas. Para as plantas em desenvolvimento é desejável um crescimento vigoroso. Isso porque queremos, o mais rápido possível, um tronco grosso e uma grande quantidade de galhos. Para plantas em refinamento,é desejável um crescimento menos vigoroso. Queremos um maior número de pequenos galhos. 



Agora, vamos ao tópico principal.

Adubos


Existem duas categorias básicas de Adubos - orgânicos e inorgânicos. Cada um ser encontrado em uma das duas formas básicas - líquida e sólida.


A imagem acima mostra porções de torta de algodão (adubo orgânico sólido) na superfície do solo


Aplicação de emulsão de peixe (adubo orgânico Líquido)

Quase todos os adubos contêm uma quantidade de macro e micro nutrientes - compostos que ajudam as plantas a crescer. 

Se você não está familiarizado com adubação, fique atento! Você pode encontrar uma quantidade enorme de bons fornecedores online. No entanto você também vai encontrar muita controvérsia (opiniões favoráveis ou desfavoráveis) quando você procura informações relacionadas à adubos para bonsai. Sinta-se à vontade para ler isso, se for do seu interesse. Sinta-se livre para ignorar.

Em todas as discussões sobre diferentes tipos de adubos, não tenho visto muitas informações de estudos controlados comparando as abordagens de adubação para aplicações ornamentais - e muito menos aplicações para árvores pequenas com idades avançadas e características peculiares. Dito isso, os profissionais de bonsai podem fazer excelentes recomendações com base em sua experiência cultivando árvores onde vivem e trabalham, sem um estudo controlado, mas com base na sua vivência dia a dia por vários anos. Eu costumo seguir a orientação deles, ver como funciona para minhas plantas e aprender o que posso disso. 

Como o objetivo deste artigo é munir os novatos no mundo do bonsai com um ponto de partida, podemos começar pelo básico:     

  • Para as plantas em desenvolvimento, adube durante todo o período de crescimento;
  • Para as plantas em refinamento, comece a adubar depois que os brotos novos da primavera se endureceram (amadureceram) até o final da estação de crescimento; 
* considerar o período de crescimento efetivo da planta, não o do calendário, ou seja, considerar período de crescimento quando as plantas iniciam a produção de brotos novos, eles cresçam, endureçam, nasçam novos brotos, cresçam endureçam novamente e assim sucessivamente até a planta cessar por completo a emissão de brotos novos por completo para o período de dormência.
É isso aí. Sinta-se livre para optar por um regime de adubação de sua preferência. Se você escolher um determinado tipo de adubo e um determinado regime de adubação (quantidade x frequência) e mantiver isso durante toda uma temporada de crescimento, você terá um excelente fonte de dados a partir do qual você pode continuar e aprimorar o seu aprendizado no ano seguinte. 

Adubo orgânico sólido dentro de saquinhos de chá colocados na superfície do solo.


Aqui vão algumas dicas e informações a serem consideradas em relação à adubação. 

Dicas gerais     

  • A estratégia mais eficaz para adubar bonsai: crie um cronograma e coloque-o no calendário. Uma abordagem consistente para adubar os bonsai é a melhor maneira de garantir o sucesso. 
  • Alguns adubos são muito mais fortes do que outros. Se você está preocupado com a "queima dos adubos" (superadubar suas plantas), comece com metade da quantidade recomendada no rótulo. Como experiência própria eu já tive problemas de queima utilizando adubos químicos sólidos e particularmente só utilizo adubos de liberação lenta e adubos orgânicos tipo Bokashi. Eu tenho acesso fácil a eles, o que pode não ser o caso de muita gente que só tem acesso a estes adubos pela internet e o frete pode ficar um pouco salgado.
  • Pense de forma criativa: se um rótulo recomendar a aplicação de uma quantidade X de adubo líquido a cada duas semanas, sinta-se livre para utilizar 50% da quantidade recomendada e adubar semanalmente. Adubar com mais frequência pode ser mais útil se você usar fertilizantes líquidos, saiba que muito do que você aplica passa pelas raízes e rapidamente sai do vaso através dos furos de drenagem.    
  • Quando você usa fertilizantes sólidos na superfície do solo, seu bonsai obterá nutrientes toda vez que você molhar a planta e consequentemente o adubo.     
  • Se você tem várias plantas que são da mesma idade e variedade, tente experimentar diferentes abordagens para adubar. Quanto mais você experimenta, você usar fertilizantes orgânicos e inorgânicos, fertilizantes líquidos e sólidos, mais preparado estará quando quiser experimentar e precisar de técnicas de adubação intensiva, necessárias antes da realização de procedimentos de corte das velas (Metsumi), corte do crescimento novo (Mekiri) e seleção de brotos novos (Mekaki).
  • Os bonsais doentes ou com infestações geralmente precisam de menos adubo do que bonsais saudáveis.
 
Marcas / tipos de adubos populares

  • Os adubos orgânicos populares para bonsai incluem emulsão de peixe, farinha de algodão e adubos à base de algas marinhas. No Brasil os adubos orgânicos mais populares são farinha de osso e torta de mamona.    
  • Os adubos inorgânicos populares para bonsai incluem Miracle-Gro e Miracid. No Brasil temos diversas marcas de adubos inorgânicos, não vou relacionar nenhum em específico.  
  • Os adubos e fertilizantes importados especificamente para bonsai podem ser efetivos, mas tendem a custar mais. As marcas populares incluem BioGold e Tosho Omakase. No Brasil temos acesso através da internet a esses e outros adubos importados também, mas de maneira similar o custo é relativamente alto. É uma questão de testar para ver a relação custo x benefício.
  • Seja qual for o adubo adotado o mais importante é que ele contenha além dos macro (NPK) também micronutrientes.
Cestinhas com adubo sólido

Bolas de adubo orgânico conhecidas no Japão como "Dango".






 Perguntas comuns sobre Adubos

  • Posso usar um borrifador com um esguicho tipo esses de mangueira para já aplicar o adubo líquido quando eu regar? Sim, embora este método funcione melhor quando o adubo utilizado em todas as suas plantas são iguais. O desperdício de adubo é muito grande utilizando esse método, o mesmo somente é bom para plantas no chão já que no caso dos vasos o que cair fora do vaso não é aproveitado pela planta;
  • Apliquei fertilizante sólido na superfície do solo e desapareceu durante a noite - o que aconteceu? Ratos, camundongos, esquilos, guaxinins, gambá ou aves podem ter se interessado pelo seu adubo ou larvas podem ter ido morar dentro dele. Se o seu fertilizante continuar a desaparecer, tente outro tipo de fertilizante ou troque para fertilizante líquido;
  • Posso usar adubo de liberação lenta no meu bonsai? Sim. O adubo de liberação lenta (também conhecido como adubo de liberação controlada) funciona liberando nutrientes ao longo do tempo, simplificando o ato de adubar. Essa simplicidade, no entanto, deve ser observada para saber se está sendo efetiva porque marcas como Osmocote liberam mais nutrientes em clima mais quente. Isso ocorre porque os nutrientes são liberados quando as bolinhas que contém o adubo (NPK + micro Nutrientes) em seu interior entram em contato com a água, ou seja, durante as regas pelo do homem ou das chuvas. A parede das bolinhas possuem uma composição que ao serem molhadas se tornem semi permeáveis e permitem a passagem em quantidades bem reduzidas dos nutrientes que compõem o adubo. Se o clima não é quente ou o substrato não é drenante a planta é regada menos vezes e portanto os nutrientes não são liberados adequadamente;
  • O que é a adução foliar - e realmente funciona? A alimentação foliar refere-se à aplicação de adubo líquido diretamente nas folhas da planta. Foi demonstrado ser efetivo e não é incomum entre os amantes do bonsai;
 Sinta-se à vontade para realizar as suas próprias experiências e comentar sobre o assunto.

TÉCNICAS DE YAMADORI


Matéria traduzida e publicada com autorização do autor, o texto original pode ser acessado através do link abaixo:
http://cartagenabonsai.blogspot.com.br/2013/11/yamadori-techniques.html

Acrescentei algumas considerações que achei importante.

"Yama" (montanha) e "Tori" (tomar). Da união dessas duas palavras japonesas vem o termo popular em bonsai "yamadori". Literalmente, significa "tomar da montanha" ou "extrair da montanha", NUNCA  no sentido "RECUPERAR".



Soa mais benevolente e ecológico "recuperar" que "tomar". A verdade é que traduzimos conforme nossa vontade e interesse, é verdade também que esta técnica bonsaística está sempre cercada de controvérsias porque, infelizmente, são muitos os que lucram com a exploração da natureza não se importando com as baixas pelo caminho (exemplares que não sobrevivem). Outros não são movidos pelo lucro, mas pelo ego. O yamadori permite ter em casa exemplares majestosos que foram trabalhados e esculpidos pela natureza. Cerca de 95% do resultado final desses bonsai não é mérito nosso, mas sim da natureza. O problema que o nosso desejo de ter belos exemplares em nossos expositores nem sempre são acompanhados por uma sobrevivência bem sucedida. Parafraseando Armando Dal Col (bonsaista renomado na Espanha) "A técnica de Yamadori deve ser feita com cautela, porque, infelizmente, os "cadáveres" de árvores manipuladas erroneamente durante a sua remoção acumulam na nossa consciência".
A técnica de Yamadori de plantas da natureza pode ser justificada apenas quando a vida da árvore pode estar em perigo. Seja pela construção de estradas, zonas de corta fogo entre uma mata e outra, construções de obras, etc e sempre com autorização. Vamos acabar com essa imagem de bonsaista furtivo ou destrutivo. Conforme já dito, Yamadori não é "recuperar", tampouco deve ser "roubar". Não vamos nos alongar aqui no mérito do sentido destrutivo de coletas de plantas que pela análise prévia das condições de extração e debilidade de raízes antes da coleta dificilmente sobreviveriam ou da realização de coleta forma ilegal (sem autorização), isso é pessoal e de responsabilidade de cada um. Ser uma pessoa correta é uma questão de caráter e quem tem tem quem não tem, infelizmente, não são palavras que vão convencê-la do contrário. O objetivo deste artigo é dar diretrizes para minimizar os riscos e alcançar o sucesso nesta operação delicada. 
Encontrar um exemplar adequado na natureza ou em outro local que reúna boas características para criar um bonsai não é fácil, mas uma vez localizado um bom exemplar a pergunta é: Pode ser extraído com sucesso?
 
Parâmetros a considerar: 


Substrato: Arenoso, argiloso ou rochoso;
Vigor da planta;
Estado e profundidade das raízes;
Estrutura da parte aérea;

Vamos a eles:




Substrato: Arenoso, argiloso ou rochoso;
Sabendo que as espécies se comportam de maneira diferentes em relação a emissão de raízes, ramificações, necessidades fisiológicas, etc. e levando em conta apenas o tipo de solo onde determinada planta se encontra, então desses 3 tipos de substratos é certamente muito mais difícil trabalhar em um solo rochoso. As raízes crescem abraçando as rochas dificultando enormemente a extração, além da dificuldade de acesso às raízes o dano às mesmas é quase certo por conta do excesso de tempo, esmagamento pelos equipamentos utilizados, as raízes são compridas e precisam ser comprimidas para o transporte, entre outras dificuldades.

Vigor 
O lógico seria pensar que uma planta que cresce forte e de aparência vigorosa seria um excelente candidato para retirá-lo com sucesso, entretanto nem sempre é assim. Uma planta nestas condições está se movimentando seiva com grande força e tal operação seria extremamente arriscada. Já uma planta que parece estar em condições limitadas de sobrevivência pode responder muito bem a extração e envasamento onde são melhoradas as suas condições ambientais e especialmente hídricas. O estado da planta é, portanto, uma condição bastante complexa nestes casos. 

Estado e profundidade das raízes
Continuando vamos desmentir outro mito a que nos leva a nossa lógica. Todos tendem a pensar que ao se sacudir o tronco de uma planta e esta mover até as raízes então vai ser fácil para arrancar. No entanto, se ele dificilmente se move é porque ele está fortemente ancorado e será muito difícil de se extrair. ISSO É COMPLETAMENTE ERRÔNEO. Normalmente quando se deslocam é porque suas raízes são muito compridas e está ancorado muito abaixo. No entanto, se ele dificilmente se move é porque ele está firmemente ancorado não muito profundo, o que é favorável para o nosso objetivo. Para ter sucesso, devemos ter raízes finas na parte superior. Se nós não temos raízes finas, deveremos consegui-las. Na continuação explicarei como.
 
Parte Aérea

Obviamente temos que ter a "massa verde" o mais baixo possível. De acordo com a espécie isso é mais ou menos complicado de conseguir. Tudo depende de como responda a poda. Nós sempre podemos recorrer a baixar os galhos com arame, porém enquanto ainda está no solo podemos começar a preparar a parte aérea pouco a pouco para ir compactando-a. É muito importante saber que o fato de ir podando e compactando a "massa verde" estimula o aparecimento de pequenas raízes finas na parte de cima, próximo do topo do solo . É importante deixar sempre um galho de sacrifício para puxar o crescimento e ajudar a síntese de auxina de maneira natural pela planta. A auxinas são sempre sintetizadas nos ápices das plantas.



Como uma imagem vale mais que mil palavras vejamos a simulação de extração de uma planta:

Vamos partir destes dois casos abaixo:
Na foto acima a planta possui raízes finas muito abaixo. No meio de pedras, de difícil acesso e que seriam muito danificadas durante a coleta, dificultando a sua recuperação e sobrevivência.

Já essa planta dessa outra foto acima tem muitas raízes capilares (finas) no topo, sinônimo de sucesso.
  
Devemos então trabalhar as raízes mais grossas da parte de cima para forçar o aparecimento de raízes finas nelas. Esta operação deve durar o suficiente. Nunca menos. Alguns meses, um, dois, três anos. O tempo não é importante se quisermos ter sucesso.


O primeiro passo será cavar em torno da base da árvore até conseguir descobrir o nascimento das raízes. Então se faz pequenas feridas na raízes grossas e aplica-se hormônios de enraizamento. O ideal é trocar o substrato por uma mistura por exemplo de areia,esfagno, caco de telhas. Esta mistura irá ajudar a aumentar a capacidade de retenção de água na área, o que favorece o aparecimento de raízes. Se não podemos regar com frequência temos que usar a nossa engenhosidade. Há pessoas que usam gotejadores médicos ou simplesmente usar garrafas de refrigerante com um pequeno furo na tampa para a água ir caindo lentamente.

 
 

Após decorrido o tempo necessário será possível a retirada da planta com uma quantidade de raízes que possam assegura a sua recuperação e sobrevivência.



Quando é a época ideal? 
Como regra geral, a época ideal é logo quando a planta começa a entrar em fase vegetativa. Isto é início da primavera e no fim do verão. Um fator visual deste acontecimento é que as gemas começam a inchar, ou seja, nas pontas dos galhos e nas axilas entre os galhos e o pecíolo (talinho) das folhas começam a aparecer uns caroços. Com o passar dos dias esses caroços (gemas) vão aumentando até que as folhas se abrem e crescem até atingir o tamanho final. Quanto mais cedo for percebido isso e realizado o Yamadori melhor será a recuperação da planta. Se a coleta for realizada quando a brotação já tiver atingido o ponto de folhas novas, sem amadurecerem, é muito provável que essas folhas não sobrevivam e toda essa brotação se perca. 

Com o solo molhado ou seco?
 
Meio termo. O ideal é aproximadamente uma semana após um período de chuvas. Quando já não há tanta lama e a planta começou a ativar o crescimento graças a esta água. A verdade é que cada professor tem seus métodos e alguns preferem retirar com solo seco.Deve-se cavar uma trincheira ao redor do torrão de raiz e ir podando as raízes grossas que vão aparecendo e que estão fora do perímetro desse torrão. É muito importante travar a perda de seiva pela poda radical com a prática de "torniquetes" nos cortes maiores. A vedação feridas é feita com pasta cicatrizante e cobrir essa ponta com esfagno protegido por um saco de "juta" ou material semelhante, amarrar o referido saco firmemente com arame para atuar como um torniquete. Esse processo ajuda a manter a pasta cicatrizante no local desejado além de favorecer o aparecimento de raízes no local. Não é necessário a retida do saco porque com o tempo há o apodrecimento do mesmo e as raízes novas conseguem passar pelos furos das tramas e chegar ao solo sem maiores dificuldades.


 


A próxima etapa para preservar as raízes ainda no local da coleta é umedecer o torrão com um pulverizador e, se possível, colocar um pouco de esfagno por cima do torrão e proteger com um saco de juta. Esta operação deve ser executada com rapidez e precisão. Amarrar firmemente o torrão com o saco de juta de modo que não se desfaça e planta estará preparada para o transporte. Pode ser utilizado qualquer outro material em substituição ao saco de juta como por ex. lençol, tolha, saco plástico resistente, etc.




Abaixo podemos ver as principais ferramentas que precisamos, pode ser que nem todas sejam utilizadas, mas é melhor tê-las à mão do que precisar delas e não ter.




O transporte deve ser realizado o mais rápido possível e molhar o novamente o substrato e a parte aérea se houver qualquer tipo de atraso. Evitar a exposição solar e se a umidade do ar estiver muito baixa pode ser o caso de proteger com um plástico a massa verde até chegar a casa. 

Em casa já deve ter um recipiente adequado para o plantio. Deve ter um volume muito maior do que o volume do vaso de bonsai definitivo. Neste momento o ângulo de plantio não é tão importante. O principal é para garantir a sua sobrevivência. O projeto será algo futuro, depois da planta já recuperada. Isso porque nem sempre é possível salvar todos os galhos desejados, podem não ocorrer brotações onde queremos, acidentes podem ocorrer durante o período de recuperação, etc. Podem ser usados caixas de madeira, poliestireno, vasos de barro, caixas de frutas ou de vasos de plástico, mas com bastante furos de drenagem e, se possível, inclusive nas laterais para melhorar a aeração do substrato.

Fase de enraizamento

Quanto ao substrato, devemos preparar uma mistura com alta capacidade de aeração e troca de nutrientes. É extremamente aconselhável utilizar uma mistura de dois ou mais dos seguintes substratos: areia grossa,pedrisco,caco de telha,terra granulada (não é terra comum), diatomita, argila expandida. É aconselhável aplicar hormônios enraizantes.




No caso das Juniperos é bastante comum que nas primeiras fases a planta amarele a copa, faz parte do restabelecimento. É aconselhável tratamento semanal com algum fungicida via radicular porque a planta nessa fase está bastante vulnerável



O ideal seria colocarmos a planta em um ambiente com umidade controlada. Não fornecer umidade em excesso. Isso só iria causar o apodrecimento e dormência da árvore. O melhor seria uma estufa na qual a temperatura não fique abaixo de 15ºC e umidade entre 60 e 80%. Mas são valores que dependem da espécie trabalhada.  Como isso é algo muito caro e técnico, podemos fazer a vaporização de toda a parte aérea algumas vezes por dia com um pulverizador manual para manter as folhas hidratadas. É importante proteger o substrato para que a água pulverizada nas folhas não encharque o mesmo, nesse período o substrato deve estar levemente úmido, mas nunca com excesso de água.
Em oliveiras, por exemplo, é utilizar uma técnica curiosa. Elas são colocadas em pleno sol e cobertas por um saco de plástico preto. Isto aumenta a temperatura e umidade promovendo a brotação. 
No caso de plantas de folhas caducas, no Japão alguns bonsaistas, uma vez retirada da montanha são totalmente enterradas (incluindo a parte aérea) por alguns meses. Depois as desenterram e mostram um início de atividade tanto de raízes quanto da parte aérea. Isso deve ser porque essas plantas passam uma parte do ano totalmente cobertas por uma camada de neve e somente quando chega a primavera a neve se derrete e a planta inicia o seu ciclo de brotação novamente, o fato de enterrar simula esse período de dormência.






Uma vez que a planta começa a mostrar atividade emissão de (brotos novos e crescimento dos mesmos) e as condições ambientais permitam devemos por pleno sol progressivamente, ou seja, ir expondo a planta aos poucos ao sol, seja usando a principio uma tela de sombrite, seja expondo por umas duas horas por dia e ir aumento o tempo com o decorrer dos dias, tudo depende da observação atenta de como a planta está reagindo a essa exposição. Se as folhas não se desidratarem ou murcharem pode continuar aumentando a exposição ou até mesmo deixar direto a plenos sol, se reagir mal, o ideal é deixar mais um tempo na sombra ou meia sombra.A partir daqui começa a fase de estabelecimento. A sua duração depende do estado de saúde da planta. É aconselhável deixar pelo menos dois anos antes de iniciar o trabalho como uma árvore bonsai. Isso não significa que não possa ser realizado podas para conter o crescimento de alguns galhos considerados estratégicos para o desenho final da planta, o mais importante é que a planta sempre ganhe vigor porque isso vai significar também a recuperação das raízes. A manutenção do vigor pode ser obtida por um ou mais galhos de sacrifício deixados estrategicamente para este fim, mas cuidado, não faça nenhuma intervenção, mesmo que pequena, quando estiver ocorrendo a primeira brotação. Nesse momento todo cuidado se faz necessário.



 Durante todo este processo devemos controlar nossa impaciência.Dependendo da planta e das suas características a pressa pode ter um custo muito alto.