Kings Bonsai

BOUGAINVILLEA LILÁS - RECOMEÇO

Umas das maiores virtudes do ser humano é a capacidade de assimilar, registrar e transmitir conhecimentos. Sem essa capacidade não teríamos alcançado de forma alguma o nível que estamos atualmente em todas as áreas das nossas vidas. Isso nos permite aprendermos com os nossos erros e acertos e, na minha opinião, mais importante que aprendermos com os nossos erros e acertos é aprender com os erros e acertos das outras pessoas, pelo menos em assuntos que demandam muito tempo e dedicação como é o caso da arte do bonsai. Conhecer os caminhos certos e errados no cultivo das nossas tão queridas plantas nos poupa de passados alguns anos ou até mesmo vários anos sentar em frente a planta, se decepcionar com o resultado final e precisar recomeçar praticamente quase que do "zero" novamente. Foi o que aconteceu com essa bougainvillea decorridos 10 anos.  

Em 2006 logo após comprada em um Garden e plantada no canteiro em casa.

 
A espessura do tronco era mais ou menos o diâmetro de um dedo.

Em 2010 - após retirada do solo e plantada em um vaso.

 2010 - Outro ângulo.

 
Julho/2015 - Antes de nova intervenção

Após desfolhada

Eu tinha deixado um broto se desenvolver para ser o novo ápice, mas não era uma opção que me agradava porque ficava um pouco abaixo do galho mais alto. 

Outro lado

  
Parte Traseira

Após a poda dos galhos

Traseira


Setembro/15 - Após a nova brotação 

 
Detalhe das poucas flores 

Julho/2016 

 
Como definitivamente não me agradava decidi fazer um alporque. Esta será a parte de baixo da planta.

Parte de cima do futuro alporque - a intenção seria um estilo cascata ou semi cascata com dois troncos.

Alporque realizado em agosto/2016 - retirada do anel de casca

 
Esfagno umedecido, posicionado, envolvido com plástico e amarrado com arame nas extremidades.

Agosto/2017 - 1 ano depois tinha formado apenas 2 raízes. O erro neste caso foi que a planta estava no mesmo vaso que uma amoreira que cresceu muito e  por diversas vezes chegou a faltar água no vaso nos dias mais quentes. Nestes dias a planta retirava a água do esfagno do alporque que também secava e as raízes não se desenvolviam.

 
 Parte de baixo


Parte de cima. Resolvi não fazer o estilo cascata ou semi cascata.


Os galhos estavam muito compridos e desproporcionais. Cortei para emissão de nova brotação e fiz um enxerto com furo passante para suprir a falta de galhos na parte traseira.

Por enquanto é isso. Se você tem uma planta e tem algo que não te agrada como um galho comprido ou reto demais, conicidade invertida, tronco muito reto, etc e está na dúvida se faz a poda e começa de novo eu diria para fazer isso logo. Se arrepender depois por não ter feito o que considera certo é pior do que fazer e não ficar contente com o resultado.




















EQUILIBRIO VEGETATIVO / REPRODUTIVO NO CULTIVO DO BONSAI

 Matéria traduzida e publicada com autorização do autor Sergio Martinez, o texto original pode ser acessado através do link abaixo:
 http://cartagenabonsai.blogspot.com.br/2014/09/equilibrio-generativovegetativo-en-el.html

Raramente nós paramos e perguntamos o porquê das coisas. No mundo dos bonsais nos esforçamos para aramar, podar, trabalhar madeira sempre buscando o avanço de nossas árvores no plano estético, mas nunca seremos capazes de alcançar o pleno sucesso se não partirmos de árvores corretamente cultivadas.

Existem vários artigos que tratam desse aspecto e nesse post quero deixar claro alguns conceitos, muitos deles óbvios por si só, mas que passam desapercebidos e não lhes damos a importância que merecem.

No mundo da produção agrícola (horticultura e fruticultura) atribui-se grande importância ao vigor do cultivo e à posterior coleta da safra. O sucesso é alcançado graças a um equilíbrio correto entre duas fases, a vegetativa e a reprodutiva. Nos bonsais, claro, não estamos interessados na produção em grande escala de frutos, mas, como você verá, podemos tirar proveito de conceitos interessantes para nós.

 

Fase vegetativa:


  • É fase na qual predominam o crescimento de raízes, brotos, folhas e engrossamento do tronco;
  • Tem uma alta demanda por nitrogênio;
  • Entrenós longos e folhas grandes;
  • Nesta fase os bonsais estão em processo de aumento da massa de madeira, recuperação ou desenvolvimento de raízes, formação de parte aérea ou recuperação de estresse;



Fase Reprodutiva:

  • Nessa fase a planta concentra a maioria dos esforços na produção de flores e frutos;
  • Aumento na demanda de potássio e fósforo;
  • Entrenós curtos e folhas menores;
  • O crescimento diminui;
  • Nesta fase os bonsais estão em processo de ramificação avançado (a partir da ramificação terciária) e em fase de manutenção.
      

    A fase reprodutiva não deve nos interessar somente pelo fato de produzir frutos. É um estado de maturidade ao qual o nosso bonsai chegará e no qual conseguiremos entrenós mais curtos, ramificação cada vez mais fina e folhas menores. Uma maior produção de flores e frutos é algo que sem dúvida está vinculado a esse estado de maturidade.Mas deve ficar claro que esse estado não é alcançado pela simples passagem do tempo. Podemos modificar esse estado a qualquer momento de acordo com as necessidades que buscamos para nossas árvores. Para isso podemos usar vários artifícios, o que se deve buscar com esses artifícios é o equilíbrio fisiológico ideal entre o crescimento vegetativo e o reprodutivo.

    Adubação


    Um adubo rico em nitrogênio favorece o crescimento vegetativo. Se o potássio predomina, o estado reprodutivo é favorecido. Levando em conta isso, na Primavera devemos aumentar o nitrogênio e no Outono devemos aumentar o potássio. No Outono ocorre o armazenamento de nutrientes para que a planta entre em estado de dormência no inverno e possa despertar na Primavera com energia suficiente para iniciar um novo ciclo. Nessa fase ocorre também a diferenciação das células das gemas, se a adubação for composta por uma quantidade maior de potássio favorece a formação de gemas de flores que irão gerar também os frutos dependendo da espécie, a formação de frutos depende também da fecundação dos óvulos das flores.

    Substrato


    Altas taxas de aeração e drenagem favorecem o forte crescimento radicular com raízes vigorosas que serão acompanhadas por um grande crescimento da parte aérea. Se quisermos controlar esse crescimento para os bonsais já "finalizados" devemos usar um substrato com partículas de tamanhos um pouco menores para reduzir o forte crescimento das raízes. Se desenvolverão raízes mais finas que estarão em equilíbrio com brotações também igualmente mais finas.

    Tamanho do vaso


    Este item dispensa muitas explicações. Quanto mais substrato mais crescimento de raízes, .... (idem acima).

    Irrigação


    Quanto mais cedo começarmos a regar pela manhã mais a fase vegetativa é induzida. Se, em vez disso, fazemos "sofrer" o bonsai atrasando as irrigações ao máximo fomentará o aspecto reprodutivo. Isso ocorre porque durante o dia a planta tem os seus picos de absorção de água o que ocorre em maior intensidade antes da metade do dia e após a metade do dia, isso também está relacionado com a intensidade da luz. Se regamos pela manhã a planta aproveita todo o período gerando maior crescimento, o contrário induz a planta a acionar o seu "mecanismo sobrevivência da espécie" com a produção de flores e frutos.

    Intensidade da luz

    Uma alta taxa radiação solar (exposição ao pleno sol) induz a fase reprodutiva. Plantas mantidas na sombra, por outro lado, induz o crescimento vegetativo na busca por mais luz, em consequência, entrenós longos e folhas grandes.

    Stress

    Tal como acontece com a rega, qualquer tipo de estresse, vento, baixa umidade ambiental ... provoca uma resposta reprodutiva pelo acionamento do "mecanismo de sobrevivência da espécie".



    Temperatura


    Quando a diferença entre o dia e a noite é baixa o crescimento tende a ser mais vegetativo. À medida que a diferença de temperatura entre o dia e a noite aumenta favorece a floração e a frutificação (fase reprodutiva).

    Umidade ambiental


    Alta umidade relativa (mais de 70%) favorece a fase de crescimento vegetativo enquanto que a baixa induz o reprodutivo.

    Poda e pinçagem


     

    A poda dos brotos, pinçagem e a desfolha diminui o crescimento e favorece a fase reprodutiva.

    Como pode ser observado, ao ler os pontos acima, a transição de um estado de crescimento vigoroso para um estado reprodutivo com produção de flores e frutos não é mais do que uma estratégia de sobrevivência para as plantas. Em situações de estresse a planta detecta que sua morte pode vir em breve, então elas procuram gerar a sua descendência (sementes) o mais rápido possível para elas germinem logo que as condições de estresse desapareçam. Devemos aprender com o comportamento dos nossos bonsais e aproveitar esta capacidade de adaptação às alterações das condições para fazer o cultivo correto de nossas árvores de acordo com a fase em que elas se encontram.
    Se as nossas plantas estão em fase de desenvolvimento para a formação da estrutura não devemos nos preocupar e nem seria desejável ter a fase reprodutiva porque a produção de flores e frutos demandam energia e essa energia deve ser direcionada para a fase vegetativa para alcançarmos o nosso objetivo no momento que é o aumento da massa lenhosa e consequente engrossamento do tronco e formação dos galhos primários. Quando atingirmos esse primeiro objetivo, aí sim, o próximo passo seria a ramificação, folhas menores, produção de flores e frutos. Características estas da fase reprodutiva ou de uma planta já madura.






    CONSIDERAÇÕES SOBRE SHOHIN


    Shohin Considerations
    Texto traduzido e publicado com autorização do autor Eric Schrader, a postagem original pode ser acessada através dos links abaixo:

    Shohin são aqueles bonsai que estão na faixa de cerca de 8 cm até cerca de 20 cm de altura. Embora existam vários sistemas de classificação de tamanho a Nippon Bonsai Association reconhece que Shohin são árvores de até 20 cm. Também é comumente aceito que a árvore não seja muito larga - até 25 cm de largura é comum, variando ligeiramente de acordo com o estilo.Não há uma resposta única para o que um shohin deveria parecer. Assim como qualquer bonsai o shohin é criado em diferentes estilos, com diferentes tamanhos de tronco e diferentes graus de ramificação. Se você tiver tempo para visitar exposições de bonsai ou mesmo fotos na internet de exposições, depois de algum tempo você verificará que existe um intervalo geral iniciando com árvores que não são proporcionalmente muito mais que uma veia viva com alguns galhos até as árvores mais parrudas em exposições americanas, Kokufu, etc.. Então, qual é o padrão de qualidade e / ou características desejáveis ​​em um shohin? Embora isso dependa do gosto individual, há certamente algumas modos de diferenciar entre as plantas que são mais facilmente criadas e as que são mais difíceis.
    Which one of these hypothetical trees to you prefer?  There is no right answer.   Tree A has a nice elegance to it and nice branching.   Tree B is considered by many beginners to be grotesque and too cartoonish to be a nice composition.   Others consider this to be a much better tree than tree A.   While your preference may be for one or the other, almost everyone would agree that tree B would be much harder to create due to the time an attention needed to get the trunk larger and well-tapered.
    Qual dessas hipotéticas árvores você prefere? Não há uma resposta correta. A árvore A tem uma ótima
    elegância e boas ramificações. A árvore B é considerada por muitos iniciantes como grotesca e muito
    caricato para ser uma boa composição. Outros consideram que esta é uma árvore muito melhor do que a
    árvore A. Embora sua preferência seja para uma ou para outra, quase todos concordariam que a árvore B
    seria muito mais difícil de se alcançar devido ao tempo e a atenção necessária para obter o tronco mais
    grosso e a excelente conicidade.
     


    Anatomia de um típico Shohin de Pinheiro Negro Japonês considerado digno de expor na Kokufu-ten.
    A árvore possui cerca de 20 cm de altura a partir da borda superior do vaso até o topo das agulhas. O
    diâmetro do tronco na base é entre 8 e 10 cm, mas pode ser até um pouco maior. (A) O nebari desce
    num ângulo semelhante ao de um pé e a altura de 1,5 a 2,5 cm da porção visível é constituído por raízes
    fundidas. (B) A ramificação é densa. A ramificação frequentemente encobre uma grande parte do galho
    começando no segundo nível de ramificação. (C) Frequentemente algumas das ramificações são 
    adicionadas nos locais ideais através de enxertos. (D) A parte bruta do tronco termina em torno de 15 cm
    a partir da borda superior do vaso, este é o lugar teórico onde o segundo galho de sacrifício teria sido
    removido. (E) O galho de sacrifício primário é normalmente removido na parte externa da primeira curva.

    Considerações sobre crescimento e condução do tronco


    Existem algumas considerações especiais para a criação de troncos para shohin. Ao projetar um shohin
    considere que o tamanho do tronco precisa ser inferior a 15 cm no sentido vertical porque o ápice da 
    árvore precisará de espaço vertical suficiente para desenvolver uma boa ramificação. As curvas que você
    cria devem ser menores e mais fechadas que as curvas que você criaria para uma árvore maior. As curvas
    usadas para um shohin se encontrariam, fundiriam e potencialmente causariam conicidade invertida em
    uma planta maior devido a alta taxa de crescimento, enquanto as curvas de uma árvore maior ficariam
    fora de escala na composição de um shohin.Os galhos de sacrifício são o principal método para a maioria
    das espécies aumentar o tamanho e a conicidade do tronco durante o período de crescimento. A localização
    dos galhos de sacrifício deve ser cuidadosamente considerada quando a planta ainda é muito jovem. O galho
    de sacrifício primário normalmente seria definido após segundo ano de crescimento em um pinheiro ou no 
    primeiro ano em um Acer. Opte pelo galho de sacrifício localizado na parte de trás ou na lateral da árvore
    e adicione movimento à parte do tronco que será mantida para criar o estilo desejado. Um segundo galho 
    de sacrifício pode ser adicionado nos anos seguintes, no entanto, o espaçamento entre os galhos de sacrifício
    deve ser bastante próximo de modo que o ápice seja mais abrupto, pois temos apenas 15 cm para trabalhar.  
    Em um pinheiro o trabalho de corte das velas, seleção de brotos novos e a retiradas das agulhas velhas do 
    pequenos galhos laterais é o que fará a próxima brotação do tronco encurtar os entrenós e forçar mais 
    ramificações laterais. Selecione o segundo galho de sacrifício para estar posicionado na parte de trás acima 
    da próxima pequena porção do tronco.
    Shohin Pine growing example.   (A) a two-year old Japanese Black pine.  There are small buds relatively close to the soil.  The side branch on the right is growing from the first year node point.  (B)  Wire the tree to add movement to the trunk.   Twist the trunk and bend it to position the smaller bud facing upward and the sacrifice branch to the side and slightly to the back.  (C) As the sacrifice branch matures over the next few years maintain control over the smaller buds by decandling when needed.   The natural hormone from the strong sacrifice will also inhibit the growth of the small buds.    (D) The outline of the planned tree overlayed on the portion of the seedling that will be kept.   Arrows indicate location of first and second sacrifice cuts.
    Plano de crescimento de mudas Pinheiro para Shohin. (A) Um pinheiro negro japonês de dois anos de 
    idade. Normalmente existem pequenos brotos relativamente próximos do solo. O galho superior lateral
    à direita está crescendo a partir da segunda brotação iniciada entre os galhos do primeiro ano. (B)Arame
    a planta para adicionar movimento ao tronco. Torça o tronco e dobre-o para posicionar a brotação menor
    virada para cima e o galho de sacrifício para o lado e ligeiramente para trás. (C) À medida que o galho
    de sacrifício vai crescendo nos próximos anos mantenha o controle sobre os brotos menores, realizando
    a poda das velas, seleção dos brotos e retirada das agulhas velhas e podando para estimulara brotação 
    interna quando necessário. O fluxo natural de seiva para o forte galho de sacrifício também inibirá o 
    crescimento dos pequenos brotos. O segundo galho de sacrifício deve ser desenvolvido a partir
    do galho menor (agora novo ápice) e selecionado de forma que cresça para o lado ou para trás apenas uns
     2,5~4 cm "acima do primeiro galho de sacrifício. (D) A silhueta da árvore planejada deve estar inserida
    na porção da planta que será mantida. As setas indicam a localização ideal dos cortes do primeiro e 
    segundo galho de sacrifício.

    Considerações especiais sobre galhos


    Embora árvores médias e grandes frequentemente tenham um intervalo sem ramificação lateral no 
    primeiro galho antes de se dividir e começar a ramificar, em um shohin não há muito espaço para isso.  
    Esse espaço deve ser eliminado de modo que os galhos secundários não estejam distantes mais que 1,5 a
    2,5 cm do tronco. Em um Acer Tridente os entrenós podem ser bastante longos nas ramificações laterais
    inicialmente. Depois que o galho se alonga um pouco pequenos brotos geralmente aparecem perto da
    base do galho e crescem muito mais lentamente. Deixe que estes brotos cresçam um pouco antes de 
    eliminar o galho original. O novo galho terá entrenós mais curtos e pode substituir o antigo. Um processo
    semelhante pode ser usado no Acer Japonês e no Pinheiro Negro tipicamente.A desfoliação de Acer
     é uma técnica comumente usada em plantas de tamanho grande, mas é particularmente
    importante para o bonsai de Acer Tridente tamanho shohin. A reação da planta para a desfoliação é emitir
    um novo crescimento de forma mais uniforme do que se a planta fosse simplesmente podada. Usado com
    cautela e atenção à saúde da planta, esta técnica aumentará significativamente a ramificação e encurtará o 
    comprimento dos entrenós. Os Tridentes têm a característica boa e ruim de emitir muitos brotos de um
    único ponto perto da base de um galho. Isso geralmente não é desejável porque pode causar nódulos e 
    conicidade invertida. No entanto, se um broto é cuidadosamente selecionado logo acima de uma poda
    drástica, ele pode simultaneamente atuar para aumentar o fluxo de seiva no local e ajudar a fechar o corte
    e também é um ponto onde você pode ter muitos ramos próximos semelhante ao estilo de uma vassoura 
    que podem ser selecionados e utilizados para formar a copa. Não use múltiplos pontos de brotação nos
    lados opostos de um corte, pois isso irá causar conicidade invertida.


    Trident node points.    Tridents will bud profusely at a node.   (A) Select a chop point with a bud facing upward.   Allowing multiple branches from this point will make healing of the chop faster and the possible reverse taper will actually help with the transition.   As the tree matures remove some of the branches to improve the structure.

    Pontos de brotação no Acer Tridente. Os Tridentes irão brotar vigorosamente em um corte. (A) Selecione
    um ponto para o corte com uma gema voltada para cima. Permitir brotos múltiplos a partir deste ponto
    tornará a cicatrização do corte mais rápida e a possível formação de conicidade invertida irá ajudar com
    a transição de um corte reto para uma forma afunilada no local. À medida que a árvore amadurece remova
    alguns dos galhos para melhorar a estrutura. O enxerto de galhos pode ser necessário para criar uma árvore
    de alta qualidade. Identifique as áreas onde um galho é necessário e realize o enxerto. Nos pinheiros isso
    é relativamente fácil de ser realizado por enxertos tipo cunha em árvores jovens. Os Juniperos podem ser
    enxertados com bastante sucesso também. Tridentes e Acer Japonês são comumente enxertados por transfixia
    para adicionar galhos. 
    Brotos novos de pinheiro - Os procedimentos de verão em pinheiros negros e vermelhos são tipicamente
    realizados removendo todo o novo crescimento da primavera, deixando apenas as gemas intactas na base
    desse crescimento da primavera.
    Isso provoca uma reação da planta que emitirá um novo crescimento com entrenós mais curtos, aumentará
    a ramificação e estimulará a brotação interna, mas mesmo sendo menor esse novo crescimento ainda assim
    será adicionado ao comprimento do galho original. Mesmo com o controle rigoroso da adubação no verão
    esta técnica pode levar a galhos que estejam fora da silhueta desejada de um pinheiro em tamanho shohin 
    em apenas alguns anos. Em vez disso, deixe algumas das antigas agulhas intactas ao longo dos ramos à 
    medida que crescem nos galhos no primeiro e segundo ano. Quando o galho estiver forte o suficiente para
    os procedimentos de verão, realize na planta inteira, ou apenas nas partes superiores mais fortes o seguinte 
    procedimento: faça as podas logo abaixo de onde estão as gemas das pontas dos galhos para induzir a 
    brotação das gemas localizadas nas agulhas internas. Isso reduzirá o espaço aberto do ano anterior e 
    aumentará a ramificação sem aumentar o tamanho da planta. A reação a esta técnica é mais lenta do que
    a técnica padrão e também é menos confiável. Não use esta técnica a menos que a planta esteja muito
    saudável. Os melhores resultados são obtidos quando a planta está exibindo
    crescimento incontrolável após os procedimentos de normais de verão
     
    No pinheiro negro existe um anel de gemas dormentes nas pontas dos galhos e gemas latentes na base
    de cada par de agulhas. Na época da realização dos procedimentos de verão se você cortar o crescimento
    primaveril e deixar somente uns 3mm na ponta do galho você obtém uma reação normal com os brotos
    adventícios brotando desse ponto. O procedimento de poda realizado imediatamente antes desse ponto 
    pode resultar em um crescimento mais compacto devido ao desenvolvimento de brotações das agulhas
    internas do galho. 

    Considerações sobre Raiz e Nebari 


    O nebari e o alargamento do tronco perto da linha do solo podem adicionar ligeiramente a altura da planta
    de modo que essa altura deve ser considerada no sentido vertical para o desenvolvimento do nebari, ele
    pode aumentar a base e o fluxo visual da composição quando feito corretamente. As plantas Shohin são
    plantados em vasos muito pequenos para ter um efeito visual muito melhor. O Shohin precisam caber dentro
    desse vaso pequeno e raso e ainda ter algum espaço para o crescimento das raízes. Por conta disso grandes
    raízes que se projetam para fora do tronco devem ser cortadas principalmente durante a fase de crescimento, 
    mas também conforme necessário durante as fases de refinamento. As raízes visíveis no nebari que 
    permanecem devem ser treinadas na horizontal de forma radial e também no sentido descendente ao invés 
    de somente retas para que elas possam ser mais facilmente podadas para reduzir a profundidade e a largura
    da massa de raízes. É uma boa idéia planejar que pouco da altura e do alargamento do tronco seja composto de raízes
    fundidas na base. Em um pinheiro, isso acontecerá por volta dos 9-10 anos, dado o tamanho certo e a
    distribuição das raízes. A parte funcional do torrão de raízes deve ser meticulosamente conduzida com igual 
    cuidado aos detalhes na ramificação. Usar um recipiente maior para fins de crescimento não é apenas comum,
    mas quase uma necessidade para muitas árvores. A árvore pode ser transplantada para um vaso para expor
    um mês ou dois antes da exposição e, em seguida, retirada para viver novamente alegremente em um vaso de
    cultivo com uns 3 a 5 cm extras tanto na vertical quanto horizontalmente na maior parte do ano. Para o autor,
    os troncos sinuosos , ao invés vez de estáticos eretos informais em tamanho do shohin geralmente levam a 
    composições mais interessantes. Educar o tronco para uma forma fluida é mais rápido do que conseguir um ereto
    informal e o alargamento basal pode ser criado com a utilização do nebari.